4 de julho de 2008

Da saudade


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Marta Laura

A despedida traz uma dor indescritível que não consigo direcionar para nenhum lugar que não seja o coração. De fato, nunca me sobra um pedaço de chão para que eu coloque os pés devidamente firmes. Eu não olhei para trás porque doía. Eu não abracei porque desvencilhar os braços seria grande tarefa para um coração já tão atormentado pela saudade. E corri porque vê-los sorrir foi o último golpe que eu poderia sustentar - arrebatador. E só me apetecia dizer de todas as formas (im)possíveis o quanto eu amo. Hoje nenhuma frase da Clarice representaria o vazio que sinto: a saudade irremediável, a solidão deprimente, o cansaço de possuir todos os sentimentos do mundo. Eu só queria ficar. E eu bem sei que nessa atual conjuntura é pedir demais.