16 de maio de 2008

Ensina-me a não andar com os pés no chão ?

Para sempre é sempre por um triz
Ai, diz quantos desastres tem na minha mão
Diz se é perigoso a gente ser feliz

( Edu Lobo / Chico Buarque )



Foto de Katia Chausheva


Andar com os pés no chão é um esforço sobrenatural que faço [ ou pelo menos tento fazer ] todos os dias. As quedas constantes ainda não destruíram por completo o que sobraram de asas - obviamente cansadas de as serem. Ser fascinada pelo não dito, pelos olhares perdidos e desencontrados em dias comuns, pelo toque que nos escapa à percepção de tão sutil e por todas as coisas mágicas que acontecem enquanto estamos distraídos sempre me doeu profundamente. E dói porque eu não consigo ficar distraída enquanto todos estão. Dói porque ter os sentimentos tão à flor da pele - sempre a transbordar - é de uma leveza tão extrema que se torna insustentável. Dói porque eu sinto demais. Mais do que eu queria sentir. De certo modo, eu seria um bom objeto de estudo para Piaget: não consigo passar do estágio egocêntrico para o concreto formal. Tento me convencer de que ainda há pessoas que acreditam em coisas pequenas, das que passam completamente aos olhares apressados. Sempre precisei de pouco para me sentir bem: um sorriso às vezes é suficiente - o pouco tem valor inefável para mim. Então, o que explica agora a minha agonia? O pouco eu tenho, sempre o tive. No entanto, não é mais suficiente - pelo menos por hoje. Alguém consegue me ver? Eu não consigo mais.

3 comentários:

Lici in the sky with diamonds disse...

A gente compartilha mais coisas do que imagina a nossa vã filosofia. ;)

victor disse...

ai ai.....

FranK Bitencourt disse...

Olá, adorei tuas palavras, graças a isso eu criei meu blog tbm haushuahuah


bjo
xD