20 de abril de 2008

Não gosto de amores limpos *


Saber o motivo das coisas é uma tortura que sempre quero respirar. Até porque respirar a mágica dos absurdos sempre me tirou todo e qualquer resquício de ar. Apetece-me quebrar todos os relógios, perder totalmente a dimensão temporal de tudo. Enfim, as palavras escapam de qualquer vã tentativa de captura. Eu fico aqui com as músicas que me deixam no chão branco, enquanto as horas morrem lentamente. Enquanto eu morro lentamente. E já é domingo. É um absurdo existirem tantos domingos em um ano [e em uma vida].



Se queres sentir a felicidade de amar, esquece a tua alma.
A alma é que estraga o amor.
Só em Deus ela pode encontrar satisfação.
Não noutra alma.
Só em Deus — ou fora do mundo.
As almas são incomunicáveis.
Deixa o teu corpo entender-se com outro corpo.
Porque os corpos se entendem, mas as almas não.

Manuel Bandeira



* Título roubado daqui.

6 comentários:

Lici in the sky with diamonds disse...

É sempre prazeroso ler palavras tão bem articuladas. Melhor ainda qnd elas traduzem o que está dentro.

Anônimo disse...

tadinho do domingo, ninguem gosta dele rs. ain, alameda ali, que orgulho :~

Liana disse...

Eu já não consigo respirar nem absurdos nem sensatez. Acho que sou "toda pulmões" (e eles pararam de funcionar).

E eu odeio domingos.

S. disse...

procurar todos os porquês...sobretudo aos domingos.

"Contradição" disse...

Moça,acho que você está na profissão errada!rsrsrs
deveria ser escritora...
mas nada te impede!
adoreiiiiiiiiiiiiii.....
aumente cada vez mais minhas contradições.....sei não viu!
bjusssss

nOgS disse...

"Não gosto de amores limpos..."


Fenomenal.

adorei.