21 de abril de 2008

4:15 a.m.



Há dias, vejo o sol enquadrado pelas grades cinzas da janela, enquanto sofro a angústia dilacerante de ser tocada pelo pesadelo das palavras ditas. Tomada pela consciência de súbito desespero por quebrar o mistério do que deveria ter sido calado desde o início. De fato, ter créditos no celular é uma verdadeira maldição para pessoas que se (des)engasgam com as palavras escritas. Qual o acréscimo em abafar o que tanto inflama em mim? Crimes devidamente confessados e noites em claro a esperar respostas que não chegam para acalmar as pulsações. Olhos vermelhos ao embalo do sono que não vem, ouvidos cansados de Iron & Wine e um coração que busca terra firme para pousar. Enquanto isso, o sol se prepara para nascer; o mundo para acordar e eu para esquecer (de nós).

5 comentários:

Liana disse...

Acho incrível o dom que tu tem de transpor para o "papel" as coisas (nem tão) ordinárias (assim) do cotidiano. A emoção fica tão explícita que eu chego a sentir tal e qual.

V. disse...

oh oh como eu percebo... :)

Anônimo disse...

Eu amei esse pequeno texto moi, se fosse fazer um top 3 de todo o blog, esse tava no meio. Ta muito bom.

Tu ja sabe minha opinião sobre esse assunto né? Eu acho que ja conversei contigo sobre isso. Tu fala: "Qual o acréscimo em abafar o que tanto inflama em mim?" Eu diria: Qual o acréscimo em NÃO abafar o que tanto inflama em mim?

K. disse...

Eita, Ludy, com essa eu me calo.

Lici in the sky with diamonds disse...

Se não fosse trágico, seria cômico.
Eu entendo o que leio e sinto vivê-lo em parte. Mas como já dizia alguém melhor é se arrepnder pelo que foi feito, dito, (insira um verbo aqui).
A gente nunca sabe quais serão as consequências que as nossas palavras terão, mas td que está dentro faz mt pressão e ficar sempre na imininência de ser dito é chato. Mais corajoso colocar pra fora do que fingir e se sentir dilacerada depois pela angústia da oportunidade perdida, acredite, eu sei o que tou dizendo..