7 de fevereiro de 2008

Do fim

Acabou enfim. Tu vieste e disseste de tua justiça, que há amores de uma neutralidade tão grande que se anulam indeterminadamente para serem de novo o pó de onde vieram... e hoje, nunca pareceu tão legitimo odiar alguém. E, sabes, tento convencer-me que melhor assim ¹




Ainda não tive coragem de tirar a máscara. De trocar de roupa. De olhar o sol. Os olhos vermellhos sentenciam o efeito do álcool que ainda habita em meu corpo. Só assim meu peito [não mais com todos os sentimentos do mundo] lateja menos. De fato, as feridas vieram maiores com essas festas. Falta-me coragem de olhar no espelho. Minhas mãos doem, não consigo sustentar tantos sentimentos sem ter onde guardar. Eu sei que agora, definitivamente, tudo se foi. Só me resta cinzas. Cinzas de nós. Há dias em que só me resta escutar as minhas frágeis pulsações. 


Ficar só. Trancar as janelas e ver o amontoado de cinzas no chão do quarto. Quando eu não mais fingir que isso me dói, serei livre. Eu sei. Insisto numa dor que é fruto de uma realidade psíquica absurda [dizem que é ela que importa, mas...] que não existe há muito tempo. Insisto, insisto, insisto. Por que? Todos perguntam. Porque talvez eu não queira ser feliz. Talvez eu goste da dor. O caminho que escolho é o mais difícil, sempre. Então, coragem para fazer as malas e seguir com o que escolhi, com esta suposta dor, com a Psicologia, com Fortaleza. Muitas descobertas de mim. E a coragem de enfrentar tudo, falta-me. Por que sentir tanto? Por que viver acorrentada a isso? Sinceramente, já não [me] suporto. Em breve isso vai acabar também. 

¹ Blog de Beatriz
Fotos de Sscha Huettenhain

4 comentários:

Unknown disse...

Ah Linne... minha prima, minha princesa!
'Então, posso despejar aqui dor sem limites e ninguém irá saber. Não irão me escutar.[...]
Distribuindo sorrisos e gargalhadas a pessoas tão desesperadas quanto eu. E eu fico feliz por isso.'


eu leio e me dói, me dói saber q sempre estaremos num mesmo barco.

fica em paz priminha!

V. disse...

não é uma despedida, pois não? é que eu não gosto de despedidas... :) *

Sam disse...

Por que não nos entregamos a felicidade com a mesma facilidade que nos entregamos
a dor?
O desespero, sentimentos, anseios, despeje-os todos aqui, pois assim faço para me libertar também, pois é tão difícil às vezes falar a alguém e nem sempre este alguém está disposto a nos ouvir.
Pelo menos aqui, pessoas como eu e tu podemos muitas vezes nos achar em textos como este teu, ou mesmo em sentimentos tão bem descritos como você tem nos proporcionado em seu blog.

Fique bem!

Bjos!

Anônimo disse...

tu FECHA.