10 de agosto de 2008

Equilibrar - me no instável


 photo GeoffroyDemarquet.jpg
GeoffroyDemarquet

Passamos pelas coisas sem as ver,
gastos, como animais envelhecidos:
se alguém chama por nós não respondemos,
se alguém nos pede amor não estremecemos,
como frutos de sombra sem sabor,
vamos caindo ao chão, apodrecidos.

Eugénio de Andrade

Um gosto de vinho na boca e um coração apertado pelas batidas que não consegue controlar. Não lembro exatamente quanto tempo passei adormecida, imersa em sentimentos tão profundos, que nem eu era capaz de alcançá-los. Corro desesperadamente das lembranças que trazem teu cheiro. Do teu toque que me cala a alma e dos teus beijos que me roubam as palavras - ficaram os sonhos a me embalar na noite em espera. E se minto tão descaradamente aos teus olhos, é para que não percebas que eu me perdi na nossa própria e inocente brincadeira. Não quero que leia nos meus olhos o reflexo do nosso maior erro: o de atravessar a pequena linha que nos separava. Quero que continues em mim não somente como a fé nos desesperados, mas como a descrença nos que em nada acreditam e nada esperam.

8 comentários:

Liana disse...

"Caminho se conhece andando
Então, vez em quando é bom se perder
(...)"

Unknown disse...

incrivel como vc posta exatamente aquilo q estou sentindo no momento!

tento me desapegar das lembranças, do cheiro, do gosto do beijo, do silencio q nos rodiava, pois nosso amor era segredo...

' que o esforço pra lembrar é a vontade de esquecer...'

K. disse...

"que o esforço pra lembrar é a vontade de esquecer..."

..."deixa ser, como será, quando a gente se encontrar...

só você mesma, prima, pra me lembrar das músicas que me roubam as palavras.

:)

Unknown disse...

e crer pra ver o qnto eu posso adivinhar...

é.. faz recordar!

Unknown disse...

só pra dizer q eu tb amo vc!
verdade verdadeira!
;)

Anônimo disse...

Esse teu texto me lembrou de um filme que vi. Tinha um diálogo mais ou menos assim:

-Como você pode saber que te amo?
Como pode ter certeza?

-No começo, antes de eu te
seguir para esse buraco... Nos nossos primeiros dias eu me embalava para dormir repetindo "Paul me ama". Eu disse isso alto, centenas de vezes, como uma oração.
Eu acreditei que você me amava.
Eu tinha fé no seu amor.Essa crença nunca me abandonou.

As vezes eu fico pensando se o amor enfim não é isso. Ter fé, apenas.

A Coração disse...

às vezes o amor exige isso mesmo... um equílibrio no instável. Lindo post.

Rilke disse...

Eu fico sempre deslumbrado com o visual desse Blog. Eis um dos movitos pelo qual eu sou fã da Karlinne.
Sobre o Post, está lindo.
Ai ai ai