25 de novembro de 2007

Autodestruição:



Esta tem sido a minha única lei.
Em verdade, vos digo: a sombra do vir-a-ser anula a luz do que eu sou.
Existem mundo destruídos pela imensa vontade de os preservarmos. Sinto essa ânsia. Ter dúvidas sem que elas nos escravize. Toda prisão é liberdade.

Sempre haverão humanos e incertezas. As minhas me destroem. Tenho conhecido o fundo do poço e não tenho aproveitado a escuridão para quando a luz surgir- perco-me no poço. Busco apenas pedras no caminho e meus pés estão esfolados.
O prazer nasce da dor, da felicidade todos saem ilesos.
Diariamente tudo se afasta de mim. As coisas que amo e as pessoas que me amam para além de onde consigo retribui-las.
O eterno abandono me persegue, a solidão de mim mesmo é sufocante... devo vencê-las.
Não sei o que é pior. Permanecer agindo dessa forma ou ter a certeza do erro e permanecer.
Constantes crises emocionais me aniquilam. Tudo me assombra e não creio em vida eterna, ou creio? Durmo com as luzes acessas sob o efeito sedativo do álcool - temo fantasmas.


(Luciano G. Bonfim)
Foto de Fritz Fabert

2 comentários:

Bento Abreu disse...

Se te vais autodestruir destrói-me junto.
O único fantasma que deves ter medo, é o meu a ajeitar-te os lençóis quando vais dormir.

Bjo

K. disse...

Mas tu não és um fantasma, és um anjo.

:)